Comunidade de Marituba pode escolher entre 17 áreas de oficinas

Maria da Conceição Santos, moradora do Bairro Nova União, em Marituba (Região Metropolitana de Belém), vive com três netos – de 8, 12 e 15 anos -, que costumam acompanhá-la em diversas atividades, como a horta comunitária, onde cultiva o cheiro-verde que vende na feira. Maria da conceição / Foto: Jader Paes (Secom)Maria da Conceição (que todos chamam de Dona Conce), conta que sempre participa das atividades promovidas no bairro, e agora tem sua primeira experiência no processo de escolha do que será promovido na comunidade.

“Quero que meu neto possa fazer uma oficina de grafite, de desenho, e está sendo muito bom poder escolher”, enfatiza a moradora.

Ela foi uma das participantes do evento realizado na Escola Dom Calábria durante esta segunda-feira (3), para alunos, familiares e membros da comunidade do entorno. Na oportunidade, a Secom levou suas 17 áreas de linguagem para apresentar. Em uma dinâmica participativa, alunos, técnicos, professores e moradores escolheram quais linguagens desejam receber nas oficinas. Fotografia, Jornalismo, Produção de Texto, Grafite, Audiovisual e Rádio foram as mais apontadas, e devem ser promovidas pela Secom nos próximos meses.

Com 27 anos de fundação, a “Dom Calábria” é uma referência no bairro pelas parcerias que costuma firmar. A mais recente é para participar das ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), por meio da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom). A escola deve receber 10 oficinas de educomunicação, nas quais ferramentas como audiovisual, fotografia e rádio serão empregadas no dia a dia da escola, auxiliando professores e alunos na dinamização do conteúdo didático.

Integração – “Parece que nosso planejamento foi feito em conjunto com esse projeto, de tão casadinho que está o que a Secom oferece com o que estamos buscando!”, afirma, entusiasmada, a professora Socorro Bandeira, diretora da Escola Dom Calábria. A educadora mobiliza ações para a escola há oito anos, tempo em que também foi coordenadora na instituição. Agora, na direção, ela conta que vem abrindo ainda mais as portas para as parcerias, pois acredita na interação escola-comunidade e nas múltiplas possibilidades de ferramentas didáticas além da sala de aula.

 “Nós já temos uma verba do Governo Federal para a compra de equipamentos. Queremos montar uma rádio na escola, um estúdio de gravação, fazer vídeos… Vamos utilizar essas linguagens para dinamizar a forma que trabalhamos nossos conteúdos, tanto que não só os alunos, mas também os professores e demais moradores do bairro, devem participar das oficinas”, explica Socorro Bandeira.

Vozes da comunidade – De acordo com o diretor de Comunicação Popular e Comunitária da Secretaria, Luiz Carlos Santos, o cronograma de atividades é montado respeitando anseios e necessidades das comunidades.

“É importante abrir os ouvidos para as vozes que importam, dando aos alunos a oportunidade de apontar as ações de acordo com as suas realidades e vivências. É um processo participativo e dinâmico, em que a troca de experiências se mostra tão salutar quanto enriquecedora. A direção da Escola Dom Calábria abriu as portas e estendeu os braços de maneira generosa, tornando-se parceira importante nessa construção”, ressalta o diretor.
 

Metodologia participativa – A programação na escola também contou com a presença da diretora da Secretaria de Estado de Articulação da Cidadania (Seac), Juliana Barroso. Ela reforçou a atuação horizontal do   programa Territórios pela Paz (TerPaz).

“Nosso modelo de atuação é participativo. Nós ouvimos as comunidades, não queremos uma relação vertical, primamos por uma metodologia horizontal, na qual Governo e Sociedade trabalham juntos”.

Expectativa – As oficinas da Secom na Escola Dom Calábria iniciam no próximo mês de março, após a publicação do edital de contratação de monitores para as atividades. Ao longo deste ano, devem ser realizadas até 10 oficinas para atender mais de 300 membros da comunidade, entre estudantes e demais moradores do bairro. Assim, o neto de “Dona Conce”, e a própria moradora, podem se tornar agentes de comunicação comunitária.

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