Um olhar. Um clique. E um ‘grau’ no programa de edição de imagem. Com o desenvolvimento de tecnologias e programas, para alguns, tornou-se fácil fotografar. Mas, calma, não é bem assim! O trabalho exige todo um contexto e técnica, além de um olhar apurado e amor à prática. Para alguns profissionais, o instrumento de trabalho é um verdadeiro parceiro. E é assim que fazem os fotógrafos da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom/PA). Nas linhas a seguir, vamos contar um pouco do trabalho desses profissionais, responsáveis por divulgar as ações do Governo do Estado sob o olhar da comunicação institucional. E, lógico, sempre encontrando um tempinho extra para registrar lindas paisagens, personagens e contar histórias em forma de imagens.
Nesta quinta-feira, 2, quando foi comemorado o Dia do Repórter Fotográfico, iniciamos uma série para homenagear o trabalho dessas feras. Nesta segunda reportagem, convidamos três amantes da fotografia para falar um pouco da profissão.
Pauta x Fotografia
Vinte e dois anos de carreira e muita história pra contar. A mais relevante ainda está quentinha na mente do fotógrafo Marcelo Seabra. Foi durante a cobertura da pandemia do novo coronavírus, enquanto muitos amigos se afastavam das funções, por ter contraído o vírus, Marcelo enfrentou uma longa jornada de três meses.
“Alguns colegas foram afastados, contaminados ou por estarem no grupo de risco, então eu e o cinegrafista Carlos Tavares tivemos a missão de cobrir a pandemia pela Secom sem parar, entrando e saindo de hospitais, policlínicas e vários outros locais de contaminação da Covid-19”, relatou Seabra.
Alguns meses depois, com o aparecimento de casos da nova cepa, Marcelo viajou para Santarém, no oeste paraense. Lá, ao longo de um mês, o profissional se deparou com outras pautas paralelas de grande repercussão nacional e internacional. “Uma foi o resgate do piloto que estava há mais de 30 dias perdido na floresta amazônica; a outra pauta foi a cobertura da cabine do amor, instalada no Hospital Regional, onde os pacientes com Covid-19 podiam abraçar os seus familiares através de uma cabine de plástico”, recordou.
Momentos como esses mostram a importância da relação ‘pauta x fotografia’, pois envolve todo um trabalho de equipe durante a cobertura jornalística das ações do Governo pelo interior do estado.
“Temos que pensar rápido, para que a fotografia case com o texto do repórter. A fotografia institucional é um trabalho diferenciado da fotografia comum, tem vários fatores que temos que usar em uma fotografia só, como a luz, enquadramento, visualizar a foto tanto no primeiro como no segundo plano para que a fotografia saia perfeita!”, pontuou Marcelo Seabra.
E aí já viu, com uma câmera na mão, você não pode dispensar nenhum segundo. “Como temos a oportunidade de viajar o Pará de ponta a ponta, registramos belas imagens que foram feitas no caminho do local da pauta, durante a pauta, ou depois que acabamos o nosso trabalho”.
MARCELO SEABRA - CAMPOS ALAGADOS EM SOURE, NO MARAJÓ
Um olhar aguçado
Alex Ribeiro é daqueles profissionais que joga calado, mas que não perde tempo quando o assunto é fotografia. Sempre tem uma observação a fazer. Uma dica para sugerir. E assim a carreira dele segue, aguçada por um olhar inquietante em todos os momentos.
“Quando vou para pauta no interior do Pará, tiro um tempo livre só para capturar imagens, além da pauta. Gosto muito de fotografar a natureza”, destaca, ao lembrar de cenas marcantes, como foi no município de Prainha, com registros de corredeira e lagos na cidade. Santarém também é um cenário destacado pelo fotógrafo, especificamente a Floresta Encantada, em Alter do Chão. “É a coisa mais linda, um dos locais mais perfeitos que já conheci. Quando alaga, vira uma verdadeira floresta encantada”, reforçou.
Foi em 2000 que a fotografia surgiu na vida de Alex Ribeiro. Entre as principais coberturas, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posse do governador Helder Barbalho.
ALEX RIBEIRO - FLORESTA ENCANTADA - ALTER DO CHÃO, SANTARÉM
Da pintura para a fotografia
São 18 anos de profissão. Quase duas décadas de muitas vivências. Mas foram nos últimos dois anos que o repórter fotográfico Jader Paes colocou em prática o trabalho voltado para a comunicação institucional. Em meio à agenda governamental, ele aproveita um tempinho para fotografar, além da pauta. “Sempre estou prestando atenção em tudo ao meu redor. É um hábito que resulta em boas imagens”, pontua.
Só que a fotografia não foi a primeira profissão de Jader. Antes, ele trabalhava com pintura de navios na Bahia. Assim que chegou ao Pará, conseguiu um emprego de motorista em um jornal de grande circulação. Ao mesmo tempo, em outro horário, fazia estágio de fotografia no mesmo jornal. E foi aí que a paixão foi aumentando, expectativas foram criadas e muitas memórias foram estabelecidas.
“Nesse período fiz registros de vários momentos importantes, dentre eles algumas fotos do Círio de Nazaré, que foram divulgadas nacionalmente em outros jornais.
JADER PAES - BARCO CHEGANDO NA ORLA DE SANTARÉM COM PIRARUCUS GIGANTES