O fotógrafo da Secom terá sua primeira mostra na coletiva Ambientarti III
Já ouviu o termo “uma imagem vale mais do que mil palavras?”. Para quem conhece a fotografia, sabe bem que existem aquelas pessoas que nascem ou desenvolvem uma paixão pela profissão, capaz de provocar emoções e gerar repercussões no mundo todo. E é exatamente esse o trabalho do fotógrafo paraense Bruno Cecim, que tem como principal característica a captação de imagens que se assemelham a obras de arte. O artista fará parte da terceira edição da mostra coletiva “Ambientarti”, que ocorre de 27 de abril a 6 de maio, na galeria MA-EC, localizada em Milão, na Itália.
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Fotógrafo Bruno Cecim
Há 20 anos atuando como repórter-fotográfico, Bruno Cecim - fotógrafo da Secretaria de Comunicação do Estado do Pará (Secom/PA) - explica que encontrou no fotojornalismo a profissão responsável pelo seu encanto. Por meio das câmeras, ele compreende que um dos principais compromissos do profissional com a sociedade é mostrar, cobrar e fazer gerar um debate sobre os acontecimentos de interesse da população.
“Ao ler uma notícia em qualquer mídia, a primeira coisa que chama atenção é a imagem. Então, quando descobri o fotojornalismo, logo me encantei. Foi quando percebi que poderia ter a chance de praticar meu olhar através das fotos, pois ser um fotojornalista é ser um repórter da imagem. Ele que está incumbido da missão de não só registrar, mas traduzir um acontecimento”, afirma.
Captar o momento através do melhor ângulo e transmitir a emoção do clique por meio da imagem, são duas coisas que não têm preço para aqueles apaixonados por fotografar. E além de fotojornalista, o profissional tem um trabalho mais autoral com a fotografia e a arte visual. O artista já acompanhou e fez cobertura de grandes acontecimentos, como a visita do Papa, São Paulo Fashion Week e fotografou muitas personalidades como Lula, Pelé e Gisele Bundchen.
“É uma profissão na qual não temos uma rotina comum, pois todo o dia nos deparamos com assuntos diferentes e novos acontecimentos para serem registrados. Uma das coisas boas é poder estar na rua, na cidade, no interior, fotografando e praticando esse exercício do olhar, observando a vida e vivendo”, ressalta Cecim.
Oficina de Comunicação - Seja para hobby, profissão ou curiosidade, a fotografia cumpre um papel de extrema importância quando se trata de registar momentos, descobertas e, até mesmo, promover a arte. Mas, o que tem a ver com a Secretaria de Estado de Comunicação?! Desde 2019, a Secom desenvolve o projeto de Comunicação Comunitária com a realização de ações educativas em diversos formatos, como oficinas, rodas de conversas e palestras, dentro dos bairros atendidos pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz).
Por meio da oficina de fotografia, uma das mais procuradas pelas comunidades, os conceitos apresentados vão além dos aspectos técnicos, pois envolvem o estímulo a um olhar crítico que contribua para uma mudança social e profissional aos participantes. De acordo com o fotógrafo Bruno Cecim, todos têm o direito à informação. E essas informações têm que ser transmitidas da forma mais fiel e com responsabilidade possível. "Eu acredito que a peça mais importante de uma câmera fotográfica é a que está atrás dela, no caso o fotógrafo. Então, o mais importante é buscar conhecimento, não só na área da fotografia, mas também da arte e conhecimentos, em geral, sobretudo”, explica.
Ambientarti III - O evento é organizado pelo Art Space, que busca promover o interesse e o conhecimento da arte como um bem comum. Com mais de 60 exposições realizadas em toda a Itália e no exterior, uma das propostas é promover o diálogo intercultural e o respeito ao meio ambiente em todas as suas formas. Por meio de um painel de artistas internacionais, a exposição Ambientarti permitirá a troca de diferentes visões sobre questões e oportunidades relacionadas à sustentabilidade ambiental que unem o mundo inteiro.
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Fotos selecionadas para exposição Ambientart III
Nessa exposição, o artista irá apresentar a série intitulada “Legado” - imagens sobrepostas de retratos indígenas e cartografias do território brasileiro, especialmente, relacionadas à chegada dos portugueses e à invasão das terras indígenas naquele período. As sobreposições também fazem referência a uma dita “identidade” brasileira.
“De certa forma, isso é um grande reconhecimento do meu trabalho e vai acrescentar muito na minha carreira. Estou muito feliz com isso tudo, mas também por levar o nome da nossa região, do Pará e, mais ainda, com esse tema que escolhi nas minhas imagens, que são representadas pelos indígenas daqui da Amazônia. Eles que para mim são o maior símbolo de resistência e respeito pela floresta, que para eles é fundamental para sua subsistência, além de ser sagrada”, detalha Bruno Cecim.
Texto: Gilberto Moura - Diretoria de Comunicação Popular e Comunitária (Secom)