“Mais um gole de café, por favor!” Se você entendeu a referência, meus parabéns pelo seu dia 07 de Abril, jornalista! É claro que uma comemoração importante assim não poderia passar despercebida, afinal, é o profissional responsável por contribuir para a construção da cidadania, assumindo o compromisso ético com a sociedade, ao apresentar as informações de forma simples, concisa e abrangente. Provavelmente, você já sabe que o jornalista é conhecido pela produção de conteúdo, que busca a verdade dos fatos, encarregado pela apuração, investigação e apresentação da notícia. Mas, você sabe o motivo pelo qual o Dia do Jornalista é comemorado hoje?
Contexto Histórico
A data comemorativa foi instituída em 1931, período em que o Imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro. E o que a renúncia de um líder de um país tem a ver com a profissão? 100 anos depois do primeiro imperador brasileiro deixar seu cargo, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) criou a celebração em homenagem ao jornalista e médico Giovanni Battista Líbero Badaró, criador do Observatório Constitucional - jornal independente que focava em temas políticos até então censurados ou encobertos pelo monarca. Defensor da liberdade de imprensa, Líbero morreu em 1930, em virtude de suas denúncias e de sua ideologia que contrariava os homens do poder.
É notável a perseguição sofrida aos jornalistas ao longo dos anos. Apesar dos obstáculos, o/a profissional cumpre seu papel com a qualidade da informação, analisando não apenas o caráter noticioso, mas também a veracidade dos fatos e o contexto em que se aplica. Isso mostra o seu papel diante do fortalecimento da democracia, veiculando notícias e contribuindo para que a população seja capaz de analisar e formar suas próprias opiniões.
Seja na rádio, televisão, assessoria, digital ou jornal impresso, o jornalista deve sempre trabalhar tendo como base a veracidade e fontes de informações confiáveis. Muito se conhece sobre o apresentador e o repórter, aqueles que aparecem na frente da TV, mas o jornalismo possibilita que o/a profissional atue em várias outras áreas da comunicação, como a comunicação comunitária, o jornalismo digital e a comunicação pública.
Comunicação Comunitária
A comunicação comunitária e popular é, de acordo com o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, um caminho em direção à democratização dos veículos de comunicação no Brasil. Cabe ao jornalista comunitário a missão de produzir conhecimento dentro e fora da comunidade, a fim de dar visibilidade às pautas, fomentar as múltiplas vozes nas comunidades, democratizar o acesso às mídias, possibilitar a construção de narrativas de pertencimento e protagonismo. Além disso, também tem como objetivo permitir que a população deixe de ser uma mera espectadora e passe a ser um partícipe ativo, tornando-se divulgadora, porta voz e crítica de sua própria produção.
"O objetivo do jornalista comunitário é fortalecer a voz da comunidade. A comunicação comunitária traz um olhar diferenciado sobre as comunidades, garantindo visibilidade a demandas que normalmente são invisibilizadas pela mídia. Um olhar endógeno, um olhar de dentro para fora. Um olhar que reconhece as deficiências e as carências da comunidade, mas também um olhar que enxerga as potencialidades da região”, explica Lorena Esteves, jornalista da Diretoria de Comunicação Popular e Comunitária (DCPC/Secom)
Foto: Alex Ribeiro/Secom
Jornalista Público e Digital
Profissional estratégico. Esse é o termo certo para quem trabalha com um público amplo e diversificado. Quem atua na área pública sabe que as informações precisam estar em várias plataformas, assim como o conteúdo das redes sociais tem que ser gerenciado e monitorado. E assim o jornalista se mantém atualizado para seguir as tendências que complementam a produção do conteúdo daquela instituição. “O jornalista que trabalha na comunicação pública reconhece as necessidades do cidadão. São esses que precisam ser atendidos e orientados por meio do acesso às informações que são de interesse coletivo, como vacinação, serviços básicos de cidadania, e discussão de políticas públicas, por exemplo”, ressalta Denise Soares, jornalista da Secretaria de Estado do Pará (Secom).
Foto: Thalmus Gama/Secom
Com o avanço das tecnologias, a necessidade da comunicação no ciberespaço ganhou forma com o desenvolvimento do jornalismo digital, que foi capaz de ampliar o acesso à informação, possibilitando que o usuárioconsiga consumir o conteúdo informativo de forma prática, mas, ao mesmo tempo, complexifica os processos de apuração e da transmissão de uma notícia.
“O jornalismo digital segue a mesma premissa do compromisso com a verdade, mas deve ter uma linguagem mais direta e dinâmica, para atingir o público internauta. É importante ter a capacidade de síntese do assunto, valorizando aquilo que é mais importante da notícia e informando os meios do usuário conseguir saber mais. Para uma boa visibilidade nas redes, é importante escolher bem o assunto, principalmente que tenha foco nas trends (assuntos mais falados), ter uma boa copy (seria a retranca do digital) e imagens atraentes”, afirma Leilão Negrão, diretora de Conteúdo Digital da Secom/PA.
Foto: Leila Negrão/Secom
A proximidade que a internet proporciona entre o público e o digital permite que as informações sejam dadas em tempo real, assim como as respostas aos questionamentos. Isso confere mais credibilidade e compromisso do jornalista com as informações veiculadas. De acordo com a diretora, o jornalismo digital contribui, também, para a não propagação de fake news, “estabele cendo-se como fonte oficial de notícias, por meio da credibilidade e dando voz aos órgãos competentes na explicação de dúvidas provocadas por notícias falsas''. Pelo fato de a internet ser um meio rápido de propagação de informações, a resposta deve ser rápida e seguir as mesmas diretrizes que façam com que se torne um conteúdo atrativo”, explica.
Texto:
Gilberto Moura - Diretoria de Comunicação Popular e Comunitária (DCPC/Secom)